O trauma do abandono é uma ferida emocional que se forma, na maioria das vezes, na infância, quando a pessoa vivencia experiências de ausência afetiva — seja por negligência, separações, perdas ou mesmo pela falta de disponibilidade emocional de figuras importantes, como pais ou cuidadores.

Esse trauma não está necessariamente ligado a um abandono físico, como quando alguém vai embora, mas também pode surgir quando a criança se sente sozinha, ignorada ou não acolhida emocionalmente em momentos de necessidade.

Como isso afeta a vida adulta?

Pessoas que carregam o trauma do abandono podem apresentar padrões de comportamento marcados por insegurança, medo da rejeição, dificuldade de confiar, ciúmes excessivo ou dependência emocional. Muitas vezes, vivem com a constante sensação de que serão deixadas ou de que não são boas o suficiente.

Relacionamentos amorosos e de amizade costumam ser os espaços onde esse trauma mais se manifesta, provocando conflitos, afastamentos ou tentativas de controle como forma de evitar uma nova dor.

Sinais comuns:

·        Medo exagerado de rejeição ou separação.

·         Necessidade constante de aprovação.

·         Autoestima fragilizada.

·         Isolamento emocional ou apego excessivo.

·         Ansiedade em vínculos afetivos.

É possível curar?

Sim. O processo de cura envolve, principalmente, o reconhecimento dessas dores e padrões. A psicoterapia é uma das formas mais eficazes de tratar o trauma do abandono, pois ajuda a ressignificar experiências passadas, fortalecer a autoestima e construir relações mais saudáveis.

Reconhecer o trauma não é sinal de fraqueza — é o primeiro passo para romper ciclos e criar novas formas de se relacionar consigo mesmo e com os outros.

Dra. Josislaine Kátia Porto Calixto

CRP 08/39807

Redação: Revista KEA / CA / MJR / Dra. Josislaine Kátia Porto Calixto

Equipe: KEA / CA / MJR

Fonte: Dra. Josislaine Kátia Porto Calixto

Fotografias: Acervo Pessoal

Colaboração: Aline Souza / Dra. Josislaine Kátia Porto Calixto

Ano: 2025